27 de setembro de 2010

Saudade




Você se despedir de um amigo, ou algum parente por conta de uma viagem, mudança e até mesmo um simples tchau é uma coisa. Agora, quando essa pessoa vai embora e você sabe que ela não voltará mais. Como agir?! Eu não sei.

É difícil aceitar que um ser humano tem um ciclo de vida e tem um fim. Com toda a certeza mais difícil é quando temos um filme em nossa vida com aquela que é atriz principal de nossa jornada tem que deixar os palcos de nosso estúdio.

Já vi muita gente morta e alguns até serem assinados, mas nada se compara ao ver a mulher que nos ensinou a falar, mostrou tudo que nós sabemos. Comparo como se faltasse um dedo, uma perna, uma parte importante de nosso corpo.

Eu discutia muito com ela por ser extremamente parecido com ela e ao mesmo tempo tão diferente por não levar a vida tão a serio como ela queria que eu levasse. A verdade que nem eu, nem ela estávamos certos, pois tudo tem um equilíbrio, mas esse equilíbrio estava diante um do outro.

Tenho uma mãe biológica, mas sempre chamei a Dona Stela de mãe e não de avó porque ela me criou juntamente com minha mãe (biológica). Realmente tive muita sorte de ter tido duas mães uma de coração e outra de sangue. Nunca deixei de amar mais uma que a outra, talvez me irritasse mais com uma que com outra, contudo o amor era incondicional.

Deus foi muito bondoso ao colocar uma Mãe tão honesta, sincera, original e cheia de vida como era a Dona Stela. Aprendi muito com ela. Tenho certeza que ela aprendeu muito comigo também. Participou ativamente dos momentos mais importantes de minha vida, contudo faltou ver minha formatura.

Uma coisa me lembra ter falado varias vezes, o amor que sentia por ela. Falei muito e foi recíproco. Mesmo quando estava errado ela me amava, mesmo quando estava cansado ela me amava e quando eu não pensava em dizer nada as palavras estavam em minha boca para falar que amava ela tanto quanto.

Desde pequeno tinha prazer em andar no centro com ela e onde fosse. Contudo essa viagem eu não pude ir. Hoje tive o ultimo olhar dela nesta tarde de domingo com um olhar de que não iria encontra mais ela no hospital. Um olhar de despedida, mas também um olhar de dever cumprido.

Senti que era a ultima vez, mas preferi deixar lembrar dos momentos bons. Dei um até logo e fui para casa. Em menos de uma hora recebi um telefonema de minha mãe dizendo que minha outra mãe (avó) tinha partido com uma parada cardíaca. Chorei mas aceitei a vontade de Deus para minha vida afinal ela já vinha sofrendo a muito tempo.

O que sinto agora não é arrependimento, remorso, nem dor, pois sei que falei e tive um relacionamento verdadeiro, aberto com ela o que sinto agora é apenas saudade, muita saudade desde já.

Um comentário:

  1. Leo, com certeza ela foi uma mulher admirável. A saudade é o amor que fica, esse sentimento nunca vai te deixar, guarde sempre e se apegue a essas lembranças. Te desejo melhoraas. :*

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